Casal leva primeiro bebê com DNA dos dois pais do Sul do Brasil para a Parada LGBT: 'Antonella é símbolo de luta'

  • 22/06/2025
(Foto: Reprodução)
Ela foi fecundada a partir do óvulo da irmã de Mikael com o sêmen de Jarbas. Os três coloriram a parada vestidos com a mesma roupa de arco-íris. Casal leva primeiro bebê com DNA dos dois pais do Sul do Brasil para a parada gay. Luiz Franco/ g1 Esse ano a Parada do Orgulho LGBT+ é bem especial para o casal Jarbas Bitencourt e o fotógrafo Mikael Bitencourt. Casados há mais de 15 anos, esse é o primeiro ano que a filha deles, a pequena Antonella, participa do evento. Atualmente com um ano, Antonella é o primeiro bebê nascido com o DNA de dois pais no Sul do Brasil. Ela foi fecundada a partir do óvulo de Marrie Bortolanza, irmã de Mikael, com o sêmen de Jarbas, um dos pais. A menina ainda foi gestada por uma amiga do casal. “A Antonella é um símbolo da luta contra o preconceito. Ela é a primeira bebê nascida com o DNA dos dois pais no Sul do Brasil e também nasceu no dia 17 de maio, dia mundial de luta contra a LGBTfobia”, disse Jarbas ao g1. A família foi convidada a desfilar no segundo trio elétrico da Parada, dedicado a famílias LGBT+. Vestidos com as cores do arco-íris da bandeira LGBT, os três vieram do Rio Grande do Sul especialmente para o evento, como forma de afirmar sua existência, resistência e orgulho. A bebê Antonella. Luiz Franco/ g1 Jarbas Bitencourt e o fotógrafo Mikael Bitencourt se tornaram pais através de uma barriga solidária Luiz Franco/ g1 VÍDEO: Parada do Orgulho LGBT+ atraí turistas de outras regiões do Brasil vindo de caravana para a celebração FOTOS: 29ª Parada do Orgulho LGBT+ colore a Av. Paulista em SP, e celebra o amor e o envelhecimento Parada LGBT+ em SP tem 'exército' de leques, hino nacional, Marco Nanini e defesa do direito de envelhecer com dignidade Símbolo LGBT, leque ocupa a Paulista na parada: 'Para espantar a homofobia do ar' Como foi a fecundação e gestação Antonella foi fecundada a partir do óvulo de Marrie Bortolanza, irmã de Mikael, com o sêmen de Jarbas, um dos pais. Jéssica Konig, amiga e comadre do casal, é a gestante de substituição, ou seja, gera a criança em seu útero. A cessão temporária do útero é permitida por uma resolução do Conselho Federal de Medicina mediante autorização, que foi obtida pelo casal. (entenda mais abaixo) "Nós nem sabíamos que isso era possível. A clínica nos deu opções: 'vocês têm óvulos? Vão comprar? Têm doador?'", diz Jarbas, que mora em Imbé, no Litoral Norte do RS. Com a disponibilidade de Marrie doar o óvulos, o casal decidiu encaminhar a fertilização in vitro. "A partir daí surge uma grande novidade da nossa vida, a possibilidade de gerar nossa própria filha. E aí foi o sonho realizado na perfeição", conta Jarbas. O casal já havia tentado um processo de adoção, que não foi concluído, devido à desistência da mãe. Frustrados, buscaram na reprodução assistida a solução para realizar o sonho. O fato de ter a carga genética de ambos é, nas palavras do casal, a "cereja do bolo". "Nosso objetivo é mostrar pra sociedade brasileira que a realização do sonho da paternidade ou maternidade para casais hétero, homoafetivos ou pessoas que não podem ter filhos, ele é possível. A gente tem que buscar as alternativas", afirma. Antonella deve nascer em maio Mikael Mielke "Tenho a barriga que vocês precisam" Foi da amiga e comadre do casal, a comerciante Jéssica Konig, de 31 anos, a ideia de tentar a reprodução assistida. "Ela nos ofereceu bem objetivamente: 'eu tenho a barriga que vocês precisam. O resto, vocês correm atrás", diz Jarbas. Mãe de duas crianças, Jéssica diz que se comoveu com a tentativa dos amigos de se tornarem pais. A gravidez tem sido tranquila, acompanhada pelos dois pais, que já prepararam todo o enxoval de Antonella assim que souberam da gravidez. Os filhos de Jéssica tratam Antonella como "prima no forninho". "Eu já tenho meus filhos, já sou realizada nessa questão. Com a dor deles a gente acaba pegando muito disso. Como eu já tinha os meus, por que não ajudar eles?", questiona Jéssica. Gestante de substituição pode ser da família A cessão temporária de útero, processo conhecido como barriga solidária, é prevista pelo Conselho Regional de Medicina. A gestante deve pertencer à família de um dos parceiros em parentesco consanguíneo até o quarto grau. E caso não tenha essa relação, uma autorização de excepcionalidade pode ser solicitada ao Conselho Regional de Medicina (CRM), que foi o caso do casal de Imbé. O Conselho esclarece que os futuros pais continuam tendo a responsabilidade de garantir, até o puerpério, tratamento e acompanhamento médico à mãe cedente do útero. O processo para a realização de uma fertilização em vitro deve ser feito por uma clínica de reprodução humana assistida, como explica Marta Ribeiro Hentschke, professora da Escola de Medicina da PUCRS. "Para o ser humano procriar tem que ter a junção de um óvulo e um espermatozóide. E isso depende muito do que a casal tem em mãos", diz. O Conselho Federal de Medicina estabelece as regras para o caso de necessidade de doação ou cessão de sêmen, óvulos ou embriões, e também para a cessão de útero. Entre elas, estão: Idade máxima para mulheres gestarem uma criança é 50 anos; Para doar uma gameta (espermatozóide ou óvulo) o limite é 45 para o homem e 37 para mulher; A doação não pode ter caráter lucrativo, e deve ser de livre e espontânea vontade; A doação de gametas pode acontecer em até quatro graus de parentesco em relação a um dos pais, respeitando a consanguinidade (ou seja, não é possível fecundar o próprio parente); No caso do útero de substituição, a mulher precisa ter ao menos um filho vivo; A mulher que vai gestar pode ser da família, parente de até quatro grau; Caso não seja, precisa de autorização do Conselho Regional de Medicina. Casal homoafetivo espera filha gerada com genética dos dois em Imbé

FONTE: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2025/06/22/casal-leva-primeiro-bebe-com-dna-dos-dois-pais-do-sul-do-brasil-para-a-parada-lgbt-antonella-e-simbolo-de-luta.ghtml


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