Conheça o Hermes 900, drone da FAB usado para localizar pessoas isoladas no Rio Grande do Sul
06/05/2024
(Foto: Reprodução) Aeronave não tripulada é de fabricação israelense, pode permanecer até 36 horas no ar e tem capacidade de voar em condições climáticas adversas. Drone Hermes 900, da Força Aérea Brasileira (FAB).
Arte/g1
A Força Aérea Brasileira (FAB) começou neste domingo (5) a usar um drone localizar pessoas isoladas devido às enchentes no Rio Grande do Sul.
Os sobrevoos ocorrerão na região da Quarta Colônia, que abrange 9 municípios da Região Central do estado.
A orientação da FAB é que pessoas isoladas, em situação de risco e com necessidade de resgate, ao visualizar ou ouvir a aeronave, saiam dos abrigos, sinalizem ou façam marcas em superfícies, para serem localizadas pelo drone.
O drone não faz o resgate. A ideia é que ele forneça as informações para as equipes capazes de fazê-lo.
O modelo utilizado é o Hermes 900, um dos 5 tipos de drones que as Forças Armadas brasileiras têm hoje.
Saiba mais sobre o Hermes 900
A aeronave, que fica na Base Aérea de Santa Maria(RS), é fabricada pela empresa israelense Elbit Systems e tem capacidade de voar em condições de clima adversas. A primeira unidade desse modelo foi incorporada às Forças Armadas em 2014, para a Copa do Mundo.
O Hermes 900 pode permanecer no ar por até 36 horas e subir até 9 mil metros (a intenção no RS, porém, é que voe a baixa altitude para ser vista pelas vítimas das enchentes). Ele tem 15 metros de envergadura e 8,3 metros de comprimento e pesa pouco mais de 1 tonelada. A velocidade máxima é 220 km/h.
O drone usa um sistema chamado SkEye – um conjunto de 10 câmeras de alta resolução que permite monitorar vários alvos ao mesmo tempo, em tempo real.
Proibição de drones civis
Para garantir a segurança dos envolvidos nas operações de resgate, a FAB proibiu o uso de drones civis nas áreas afetadas pelas enchentes.
"É preciso compreender que, em cenários complexos como esse, as prioridades das atividades aéreas se tornam a salvaguarda da vida humana, o apoio humanitário, o resgate e o salvamento das famílias atingidas. As buscas com uso dos meios aéreos podem ser prejudicadas quando Drones desconhecidos sobrevoam o local. Além das medidas aplicadas, também recomendamos que os Pilotos Remotos tenham mais consciência sobre os riscos decorrentes do uso inadequado desses vetores", diz o Brigadeiro do Ar André Gustavo Fernandes Peçanha, Chefe do Subdepartamento de Operações do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) da FAB.
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Tragédia climática
As fortes chuvas no Rio Grande do Sul começaram na última semana de abril. Mais de 300 dos 496 municípios do estado foram atingidos, mais de 80 pessoas morreram e dezenas de milhares tiveram de deixar as suas casas.
Os meteorologistas explicam que a catástrofe é resultado de pelo menos três fenômenos que afetam a região e foram agravados pelas mudanças no clima.
A tragédia no estado está associada a correntes intensas de vento, a um corredor de umidade vindo da Amazônia, aumentando a força da chuva, e a um bloqueio atmosférico, devido às ondas de calor.
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