Preso por assalto em aeroporto no RS está foragido após receber liberdade provisória para tratamento de saúde
30/05/2025
(Foto: Reprodução) Criminosos roubaram mais de R$ 14 milhões. Adriano Pereira de Souza, apelidado de Cigano, foi autorizado pela Justiça a cumprir pena de prisão domiciliar por 60 dias para tratamento de saúde. Ele rompeu a tornozeleira eletrônica, segundo a Polícia Federal. Adriano Pereira de Souza, o cigano, preso por envolvimento no assalto a avião-pagador no aeroporto de Caxias do Sul
RBS TV/Reprodução
Um dos chefes do Primeiro Comando da Capital (PCC) preso pelo assalto no aeroporto de Caxias do Sul, na Serra do Rio Grande do Sul, Adriano Pereira de Souza, o Cigano, está foragido e é procurado pela Polícia Federal (PF). O crime, que aconteceu no ano passado, é considerado um dos maiores roubos que já aconteceram no estado.
Mais de R$ 14 milhões foram roubados. Um policial militar, Fabiano Oliveira, e um dos assaltantes foram mortos durante o confronto a tiros (relembre, abaixo, o crime).
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Adriano respondia pelo crime preso na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc), mas foi autorizado pela Justiça a cumprir pena em prisão domiciliar por 60 dias para tratamento de saúde. No entanto, rompeu a tornozeleira eletrônica e fugiu, diz a PF. Um novo pedido de prisão foi expedido pela Justiça Federal.
Segundo a Polícia Penal, ele recebeu o equipamento no dia 22, e na quinta-feira (29), rompeu a tornozeleira. Leia manifestação completa abaixo. O g1 não localizou a defesa dele para que possa se manifestar sobre o caso. O espaço está aberto.
Quem é Cigano
O Fantástico mostra novos detalhes e imagens do maior roubo do Rio Grande do Sul
A investigação da PF indica que pelo menos cinco criminosos vieram de São Paulo ao RS para cometer o assalto. Eles fariam parte, dentro da organização, da "bateria", um grupo pequeno com bandidos especializados nesse tipo de roubos – ele seria responsável por 23 assaltos no Brasil e até no Paraguai.
Cigano é apontado pela PF como um dos chefes do PCC na cidade de Guarulhos, em São Paulo, e a pessoa que tinha "a maior capacidade intelectual entre os assaltantes", além de ser "o homem ligado ao dinheiro do grupo"
Ele teria se aliado a Guilherme Costa Ambrozio. Gaúcho radicado em São Paulo, Ambrozio teria conexões com os dois grupos. Foi ele que morreu no confronto entre a polícia e os assaltantes.
Já ligado à organização do RS está Diego Moacir Jung, apelidado de Dieguinho, condenado a 48 anos de prisão e com passagens em 10 assaltos a banco desde 2003. Ele está preso.
Relembre o crime
Investigação sobre assalto no aeroporto de Caxias do Sul
Reprodução
Conforme a PF, nove pessoas das duas organizações criminosas usaram veículos disfarçados como viaturas da polícia e uniformes policiais para cometer o assalto. O alvo era um avião-pagador que estava na pista do aeroporto de Caxias do Sul.
Os criminosos acessaram a área restrita do aeroporto e renderam funcionários na guarita. Depois, abordaram com tiros de fuzil a aeronave e roubaram mais de R$ 14 milhões. Outros R$ 15 milhões foram recuperados pela polícia após troca de tiros.
Para fugir do cerco policial feito pelas forças de segurança, os assaltantes usaram uma van com placas clonadas adaptada para se parecer com um veículo de transporte escolar.
Foi esse veículo que resgatou os assaltantes, que estavam armados e carregando os malotes de dinheiro, após eles chegarem ao distrito de Galópolis, em Caxias do Sul. Assim, como se estivessem transportando alunos, eles conseguiram despistar a polícia.
Ao todo, 13 carros foram usados. Entre eles, caminhonetes blindadas e com logotipos falsos da PF.
Também foi descoberto o número de imóveis usados entre a preparação do roubo, a execução e a fuga: três sítios, um na área rural de Igrejinha, no Vale do Paranhana, outro sítio em Riozinho, também no Vale do Paranhana, e um terceiro em Alto Feliz, na Serra; e duas casas, uma na Vila Tupã, em Alvorada, e outra no bairro Monte Verde, em Farroupilha.
Dezenove réus na Justiça
Assalto no aeroporto de Caxias do Sul
Reprodução
Em 13 de setembro, a Justiça Federal aceitou a denúncia e tornou 19 dos assaltantes réus por latrocínio e tentativa de latrocínio. O entendimento da Justiça foi de que, além de matarem o policial militar, os assaltantes colocaram em risco as vidas de 13 funcionários das empresas de segurança e de oito policiais militares durante o confronto no aeroporto.
O que diz a Polícia Penal
A Polícia Penal confirma que o referido indivíduo privado de liberdade rompeu a tornozeleira eletrônica no último dia 29 de maio.
Cumpre informar que no dia 22 de maio, uma decisão judicial determinou a instalação do dispositivo no indivíduo. A Polícia Penal manifestou-se contrária a decisão, entretanto a mesma foi mantida. No mesmo dia 22, houve a instalação da tornozeleira.
Após o rompimento, ocorrido ontem, o Poder Judiciário foi comunicado do fato, assim como os órgãos de segurança para iniciar a recaptura.
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