Seis meses após tragédia aérea em Gramado que matou 11 pessoas, investigações seguem sem conclusão

  • 21/06/2025
(Foto: Reprodução)
Acidente aconteceu em dezembro de 2024. Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos conduz investigação sobre os fatores que podem ter contribuído para a queda da aeronave. Destroços do avião que caiu sobre loja em Gramado RBS TV/Reprodução O trágico acidente aéreo que comoveu o país em dezembro de 2024, completa seis meses no domingo (22). A queda da aeronave modelo Piper Cheyenne, em plena Avenida das Hortênsias, no Centro de Gramado, deixou 11 mortos e 17 feridos. 📲 Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp A dor e as perguntas ainda permanecem. Mais de 180 dias depois da tragédia, o caso segue em investigação pelas autoridades. Desde o acidente, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) conduz a investigação sobre os fatores que podem ter contribuído para a queda da aeronave. Leia, na reportagem, o que se sabe sobre o caso: Como está a investigação Local em que avião caiu em Gramado, no RS, seis meses depois Débora Padilha/ RBS TV Desde o início dos trabalhos, o Cenipa tem concentrado esforços em entender a sequência de eventos que levou à colisão da aeronave com uma chaminé, seguida do impacto em uma residência e, por fim, a queda sobre uma loja de móveis. A complexidade do caso exigiu a formação de uma equipe multidisciplinar, composta por especialistas em fatores operacionais (pilotos e mecânicos), fatores humanos (médicos e psicólogos) e fator material (engenheiros aeronáuticos e mecânicos). Em janeiro, um relatório preliminar apontou duas hipóteses principais para o acidente: A primeira delas foi classificada como voo controlado contra o terreno (CFIT, na sigla em inglês), também conhecido como "Controlled Flight Into Terrain". A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) explica que o CFIT acontece quando uma aeronave, apesar de ter seus sistemas e equipamentos funcionando e estando sob o controle do piloto, colide com o solo, água ou algum obstáculo. De acordo com o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), da Força Aérea Brasileira, esse tipo de acidente pode ser causado por uma falha do piloto, sem conseguir perceber corretamente a posição da aeronave em relação ao solo ou obstáculos; A segunda causa identificada foi a perda de controle em voo (LOC-I, na sigla em inglês), conhecido como "Loss of Control in-Flight", que se caracteriza por uma mudança extrema na trajetória da aeronave. Em nota, o órgão informou que a investigação segue em andamento e não tem data para emitir um relatório final. Atualmente, a investigação está na "fase de análise de questões relacionadas à operação da aeronave, seus sistemas, componentes e aspectos de manutenção". O Cenipa informou que já foram extraídos sistemas e peças relevantes da aeronave para análise técnica. Esses elementos são fundamentais para reconstruir a dinâmica do acidente e identificar falhas mecânicas ou operacionais. Também estão sendo examinadas questões ligadas ao desempenho técnico do ser humano e condições meteorológicas, com o objetivo de elucidar a sequência de eventos e os possíveis fatores que tenham contribuído para o acidente. Inquérito criminal Destroços de avião que caiu em Gramado Reprodução/RBS TV A Polícia Civil de Gramado, responsável pelo inquérito criminal, aguarda a conclusão do relatório técnico do Cenipa para finalizar sua parte da investigação. A delegada Fernanda Aranha, que conduz o caso, preferiu não comentar o andamento dos trabalhos O Ministério Público também aguarda o encerramento do inquérito policial para tomar as medidas cabíveis. "Não há responsabilidade do aeroporto sobre o controle da aeronave", diz nota. Infraestrutura do aeroporto Desde setembro do ano passado, o Aeroporto de Canela, onde o avião decolou, é administrado pela Infraero. De acordo com o órgão, foi concluída a instalação do Sistema Indicador de Percurso de Aproximação de Precisão - o chamado PAPI - em ambas as cabeceiras da pista. O equipamento deve entrar em operação após a homologação pelos órgãos competentes. A Infraero informou também que está em fase de contratação um serviço para implantação da Estação Meteorológica de Superfície (EMS) no Aeroporto de Canela. O equipamento faz observações meteorológicas para fins aeronáuticos e pode fazer registros dos dados das observações para fins climatológicos. O órgão disse ainda, em nota, que "nenhum desses equipamentos teria evitado o acidente ocorrido em dezembro de 2024, uma vez que, conforme já apontado em relatório preliminar do Cenipa, a queda se deu logo após a decolagem — fase na qual não há atuação de sistemas terrestres de auxílio à navegação, nem responsabilidade do aeroporto sobre o controle da aeronave". Ainda segundo a Infraero, "a ausência desses recursos não guarda relação direta com os fatores que contribuíram para este trágico acidente específico". Avião era de fabricação norte-americana, com motor a hélice e não tinha caixa-preta; confira detalhes Relembre o acidente VÍDEO mostra momento da queda de avião em Gramado por outro ângulo O avião tinha como destino Jundiaí (SP) e era pilotado pelo empresário Luiz Cláudio Galeazzi. Ele e os demais ocupantes não sobreviveram. De acordo com a investigação, no meio do percurso, o avião bateu contra a chaminé de um prédio, perto da Avenida das Hortênsias. Na sequência, a aeronave acertou o segundo andar de uma residência e, então, caiu sobre uma loja de móveis. Os destroços ainda alcançaram uma pousada, onde duas pessoas ficaram gravemente feridas com queimaduras. Uma delas, a camareira do estabelecimento, identificada como Lizabel de Moura Pereira, morreu três meses depois de ficar internada. Lizabel teve 43% do corpo queimado no acidente. A outra pessoa que também estava na pousada e precisou ser hospitalizada recebeu alta em fevereiro. Valdete Maristela Santos da Silva chegou ao hospital com queimaduras de 2º e 3º graus em 30% do corpo. Quem era o empresário que pilotava o avião Luiz Galeazzi Reprodução/Galeazzi & Associados Luiz Cláudio Salgueiro Galeazzi era CEO e sócio da Galeazzi & Associados, empresa referência em gestão de crise e reestruturação de negócios. A empresa foi fundada pelo pai dele, Cláudio Galeazzi, que morreu de câncer em 2023. Luiz Cláudio viajava com a mulher, três filhas, a irmã, o cunhado a sogra e duas crianças. Em 2010, ele perdeu a mãe, Maria Leonor Salgueiro Galeazzi, também num acidente aéreo. O avião bimotor em que ela estava caiu na região de Sorocaba, interior de São Paulo. Segundo informações da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o bimotor estava no registrado no nome de Luiz Cláudio. Nota do Cenipa "A Força Aérea Brasileira (FAB), por meio do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), informa que a investigação do acidente aeronáutico envolvendo a aeronave de matrícula PR-NDN, ocorrido em 22 de dezembro de 2024, em Gramado (RS), permanece em andamento, sendo conduzida em estrita conformidade com os protocolos estabelecidos no Anexo 13 à Convenção sobre Aviação Civil Internacional (1944), da qual o Brasil é signatário, bem como em conformidade com a Lei nº 7.565/1986 (Código Brasileiro de Aeronáutica – CBA), o Decreto nº 9.540/2018 (Decreto SIPAER) e a Norma de Sistema do Comando da Aeronáutica (NSCA) 3-13, que trata dos “Protocolos de Investigação de Ocorrências Aeronáuticas da Aviação Civil Conduzidas pelo Estado Brasileiro. Neste momento, a investigação encontra-se na fase de análise de questões relacionadas à operação da aeronave, seus sistemas, componentes e aspectos de manutenção. Também estão sendo examinadas questões ligadas ao desempenho técnico do ser humano e condições meteorológicas, com o objetivo de elucidar a sequência de eventos e os possíveis fatores que tenham contribuído para o acidente. O CENIPA informa ainda que, durante a fase inicial da investigação do acidente com a aeronave de matrícula PR-NDN, já foram extraídos sistemas e componentes relevantes para elucidar a sequência de eventos e possíveis fatores que contribuíram para o ocorrido. Devido à complexidade desse acidente, a investigação conta com uma equipe multidisciplinar formada por investigadores e especialistas em Fator Operacional (pilotos e mecânicos), Fatores Humanos (médicos e psicólogos) e Fator Material (engenheiros mecânicos e aeronáuticos)". Infraero "A Infraero mantém seu planejamento de investimentos para o Aeroporto de Canela que visa torná-lo cada vez mais seguro e operacional. A Infraero concluiu a instalação do PAPI (Sistema Indicador de Percurso de Aproximação de Precisão) em ambas as cabeceiras do aeroporto. O PAPI entrará em operação logo após a homologação do equipamento pelos órgãos competentes. Além disso, encontra-se em fase de contratação pela Infraero o serviço para implantação da Estação Meteorológica de Superfície (EMS) no Aeroporto de Canela. É importante destacar, contudo, que nenhum desses equipamentos teria evitado o acidente ocorrido em dezembro de 2024, uma vez que, conforme já apontado em relatório preliminar do Cenipa, e conforme mencionado em sua demanda, a queda se deu logo após a decolagem — fase na qual não há atuação de sistemas terrestres de auxílio à navegação, nem responsabilidade do aeroporto sobre o controle da aeronave. Logo, a ausência desses recursos não guarda relação direta com os fatores que contribuíram para este trágico acidente específico". Posição da Polícia Civil De acordo com a delegada Fernanda Aranha, responsável pelo caso, é aguardado o laudo do Cenipa para conclusão do inquérito. Posição do Ministério Público Conforme a assessoria de imprensa do Ministério Público (MP), com base nas informações da Promotoria de Gramado, o órgão aguarda a conclusão do inquérito policial para que a investigação seja remetida ao MP. VÍDEOS: Tudo sobre o RS

FONTE: https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2025/06/21/seis-meses-apos-tragedia-aerea-em-gramado-que-matou-11-pessoas-investigacoes-seguem-sem-conclusao.ghtml


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